Segundo uma pesquisa do Instituto Trata Brasil, quatro em cada dez crianças de até 6 anos se afastam das creches e escolas por falta de saneamento básico. Em números absolutos, isso representa mais de seis milhões de crianças.

À título de comparação, a cifra equivale a aproximadamente duas vezes a população do Uruguai.

Vamos aos fatos

A falta de saneamento básico expõe crianças a agentes infecciosos que causam doenças como diarreia, hepatite e parasitoses intestinais.

🩺 Essas doenças provocam faltas recorrentes às aulas e, em casos graves, internações hospitalares que interrompem o processo de aprendizagem.

Além disso, infecções frequentes exigem alto gasto de energia do organismo, prejudicando o desenvolvimento cerebral em fases críticas da infância.

• Na prática, crianças doentes apresentam mais dificuldade de concentração, memorização e desempenho escolar.

A combinação desses fatores aumenta o risco de atraso escolar e evasão, afetando diretamente o acesso ao conhecimento e comprometendo o futuro educacional da população infantil.

A consequência

Em 2020, o Brasil aprovou o Marco Legal do Saneamento, estabelecendo metas ambiciosas: até 2033, 99% da população deveria ter acesso à água potável e 90% ao tratamento de esgoto.

No entanto, os objetivos divergem da realidade. Como esperado, as estatísticas se traduzem em hospitalizações. Em apenas um ano, doenças relacionadas à precariedade sanitária levaram 300 mil crianças aos hospitais.