Corte bilionário. O NIH (Instituto Nacional de Saúde americano) anunciou que deixará de renovar determinados financiamentos oferecidos a laboratórios de pesquisa fora dos Estados Unidos — decisão que afetará milhares de projetos sobre doenças infecciosas, câncer e saúde global.

Como vai funcionar? Basicamente, o National Institutes of Health trabalha com dois modelos de financiamento: os diretos e os indiretos.

• No financiamento direto, o NIH envia o dinheiro diretamente para a instituição ou pesquisador estrangeiro.
• Já no financiamento indireto, o dinheiro vai primeiro para uma instituição nos EUA, que repassa parte dele para parceiros estrangeiros.

Nesse caso, a nova medida pretende eliminar os financiamentos indiretos — que são menos rígidos do ponto de vista burocrático do que os diretos.

Mudança estrutural

Segundo estimativas, a expectativa é que cerca de US$ 500 milhões deixem de circular em colaborações internacionais anualmente. Só para se ter uma ideia, em 2024, o financiamento global dos EUA para a área da saúde foi de US$ 12 bilhões.

A partir de agora, cientistas estrangeiros precisarão submeter pedidos diretos ao NIH, enfrentando um maior grau de rigor administrativo.

A justificativa? Segurança nacional e falta de transparência. Segundo o governo, boa parte do orçamento disponibilizado era mal administrada.