Pela primeira vez no mundo, o NHS — equivalente ao SUS na Inglaterra — vai oferecer uma terapia inovadora contra o mieloma múltiplo.

Apelidada pela comunidade científica de “terapia do cavalo de Troia”, a ideia é levar drogas tóxicas diretamente para dentro da célula cancerígena, poupando o restante do corpo do paciente.

Contextualizando…

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta as células plasmáticas, um tipo de célula do sistema imunológico produzida na medula óssea.

🩺 Essas células passam a se multiplicar de forma descontrolada, ocupando o espaço das células saudáveis e prejudicando a produção normal do sangue.

Como consequência, isso pode causar anemia, fraturas ósseas, infecções frequentes e problemas nos rins. Embora ainda não exista cura, o mieloma pode ser tratado para controlar os sintomas e prolongar a vida da pessoa.

O que há de novo?

A nova terapia, chamada belantamab mafodotin, é um tipo de quimioterapia inovadora conhecida como anticorpo-droga-conjugado.

Ela utiliza um anticorpo modificado para identificar marcadores específicos nas células do mieloma e entregar diretamente uma substância tóxica dentro delas.

Ao ser absorvido pela célula cancerígena, o fármaco é ativado e desencadeia a morte celular. Esse mecanismo permite um ataque mais preciso, poupando células saudáveis e reduzindo os efeitos colaterais.

Por agir de forma seletiva, o tratamento tem se mostrado mais eficaz e melhor tolerado do que a quimioterapia tradicional.

Inclusive, em estudos clínicos, a terapia conseguiu triplicar o tempo de controle da doença, mesmo em pacientes que já haviam recaído após múltiplas linhas de tratamento.

E agora?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 400.000 pessoas convivem com a condição ao redor do mundo.

• A expectativa, portanto, é que a inovação passe a ser utilizada em outros sistemas de saúde — e não apenas no NHS.

Segundo a Ministra da Saúde do Reino Unido, Karin Smyth, “essa terapia revolucionária coloca o NHS na vanguarda da inovação contra o câncer.”