Uma estatística alarmante. Segundo o Panorama de Oncologia Pediátrica, do Instituto Desiderata, crianças indígenas morrem mais por câncer do que as demais.

A taxa de óbitos nessa população é de 76 a cada 1 milhão por ano, bem acima dos 42,6/milhão entre brancos e dos 38,9/milhão entre negros e aqueles identificados como amarelos (que têm origem oriental).

O que os números não mostram?

A partir destas informações, o que você pode pensar é: Então indígenas possuem uma predisposição genética para o desenvolvimento de câncer, certo? Errado. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

A geografia explica o fenômeno melhor do que a Biologia. Segundo o último censo do IBGE, a região Norte abriga a maior parte dos cidadãos indígenas brasileiros. No entanto, o sistema de saúde local precisa melhorar muito.

Por exemplo, enquanto na Região Sudeste existem 36 hospitais especializados em oncologia pediátrica, no Norte existem apenas 3. Além disso:

• Mais de 40% dos pacientes de até 19 anos recebem tratamento inadequado;
• Cerca de 20% precisam se mudar para outras cidades para ter acesso a cuidados de saúde.

A partir disso, as medidas certas não são tomadas no momento adequado. Como consequência, o número de mortes aumenta consideravelmente.

A solução

A demora no diagnóstico do câncer permite que a doença avance para estágios mais graves, reduzindo as chances de cura.

🩺 O tratamento tardio dificulta o controle do tumor, tornando-o mais resistente e exigindo terapias cada vez mais agressivas.

Por fim, a progressão do câncer pode levar a complicações severas, como metástases, que comprometem órgãos vitais e agravam a situação do paciente.

Agora, a pergunta que não quer calar: Como podemos solucionar isso? Bem, não há respostas fáceis para problemas difíceis. No entanto, mais investimentos estratégicos na saúde pública certamente podem melhorar a situação.